Magdalene sobreviveu a um ataque de grupo extremista na Nigéria / foto: Portas Abertas |
Sobrevivente luta para apagar as memórias de um ataque na Nigéria
Aviso de conteúdo sensível: violência extrema.
País Recordista de Perseguição ao Cristianismo
A Nigéria segue sendo o país com maior número de assassinatos de cristãos, contabilizando 4.118 mortes de um total de 4.998 ocorrências ao redor do mundo. Os sobreviventes enfrentam agora a fuga, a fome, a falta de moradia e o desafio de lidar com traumas profundos. Esses dados foram extraídos da Lista Mundial da Perseguição 2024 (LMP), um levantamento anual do Portas Abertas que monitora os 50 países onde os cristãos enfrentam maior hostilidade. No ranking de 2024, a Nigéria ocupa a 6ª posição.
O Trauma de uma Vitima
Magdalene sobreviveu a um desses episódios violentos, mas assistiu ao assassinato de outros cristãos em um ataque ocorrido no Natal de 2023, fato que a deixou marcada: “Minha vida ficou muito difícil. À noite, quando me deito, tudo volta à minha mente”, desabafa.
No dia do ataque, Magdalene já sentia uma forte angústia. Um grupo extremista chegou atirando na comunidade, forçando onze pessoas a se esconderem na casa onde ela estava. Depois de um tempo de silêncio, acreditaram que os invasores tinham ido embora, mas eles retornaram, atacando brutalmente.
“Eles vieram até mim e arrancaram a tábua de madeira que eu usava para tentar me proteger. Eles nos golpearam com facões. Me cortaram na cabeça e feriram meu bebê. Eu ainda o segurava, mas seus gemidos já estavam fracos. Levantei meu braço para me proteger e eles cortaram meu dedo,” conta Magdalene.
Os extremistas circularam pela casa como predadores, procurando sobreviventes e tirando a vida de todos que encontravam escondidos. “Eles encontraram uma mulher com um bebê de dois meses e os mataram instantaneamente no quarto. Na sala, outra mulher com seu bebê foi atacada, mas apenas a mãe foi morta,” relembra.
Estaca Zero
Além dos assassinatos, os jihadistas incendiaram a comunidade inteira, e Magdalene presenciou sua própria casa em chamas. A criança que chorava pela mãe falecida estava em um dos quartos, mas Magdalene não conseguiu salvá-la por conta do fogo. “O bebê chorou até a morte na minha frente. Eu só podia observar e clamar a Deus,” lamenta.
Magdalene e outros sobreviventes precisaram abandonar a comunidade, levando consigo as memórias trágicas, enquanto tentam sobreviver dia após dia. “Muitas vezes falta comida. Em alguns momentos pensei: ‘Deus, deveria ter tirado minha vida!’ Mas logo me repreendi: ‘Não fale isso. Se você tivesse morrido, quem cuidaria das crianças?’ A vida é dura para mim, e não sei nem por onde recomeçar,” desabafa.
A Portas Abertas, com o apoio de parceiros locais, ofereceu ajuda à cristã, que agora participa de treinamentos para suportar a perseguição e vencer o trauma. “Quando cheguei aqui, senti alegria. Os treinamentos, as passagens bíblicas, cada palavra de Deus que vocês trazem para nós… isso tudo me encoraja. Não estou mais desesperada,” compartilha ela.
Ajude os cristãos perseguidos
Assim como Magdalene, muitos outros cristãos deslocados necessitam de alimentação, abrigo e recuperação emocional. Como família de fé, temos o compromisso de apoiar nossos irmãos e irmãs que, após sobreviverem a ataques, precisam de cuidados físicos, emocionais e espirituais. Acesse o link e saiba como participar dessa campanha!
Créditos: Portas Abertas