Menina de Chibok é liberta com outros 330 reféns

Mulheres e crianças são a maioria dos sequestradas pelo Boko Haram na Nigéria

Mais 331 reféns do grupo extremista Boko Haram foram libertos na floresta de Sambisa, Nigéria. A maioria das pessoas resgatadas pelos militares do estado de Borno são mulheres e crianças, entre elas está uma menina de Chibok com seus três filhos. O resgate faz parte de uma operação chamada de Hadin Kai.

O país ocupa o 6º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, documento que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. 

Ihyi Abdul foi sequestrada em Chibok e agora tem 27 anos. Ela explicou que caminhou junto com os filhos por vários dias até chegar ao posto de controle militar. A mulher também afirmou que no acampamento do Boko Haram foi dada em casamento a oito homens e os três filhos que tem são de pais diferentes.

Em entrevista, o general Abubakar Haruna disse: “Operação Hadin Kai continuará a fazer o seu melhor para resgatar as meninas restantes de Chibok, de acordo com a orientação estratégica do chefe do Estado-maior da Defesa, general Christopher Musa, e do chefe do Estado-maior do Exército, tenente-general Taoreed Lagbaja.”

Jo Newhouse (pseudônimo), porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana, enfatiza que os esforços do governo da Nigéria precisam continuar para que Leah Sharibu e as outras meninas de Chibok sejam libertas. “Agradecemos profundamente aos muitos apoiadores da Portas Abertas e ao corpo de Cristo em todo o mundo que perseveram em oração por aqueles que foram sequestrados.”

A perseguição a cristãos na Nigéria

Os cristãos na Nigéria, particularmente no Norte, continuam a viver sob grande pressão e amedrontados pela ação de militantes islâmicos e criminosos armados. Todos os anos, mais seguidores de Jesus são mortos por causa da fé na Nigéria do que em qualquer outro lugar do mundo. Os ataques brutais costumam envolver a destruição de propriedades, sequestros, violência física e sexual e morte. Além disso, os cristãos são privados de seus meios de subsistência e expulsos de suas casas. 

A violência por parte de grupos extremistas islâmicos, como os radicais entre o povo fulani, o Boko Haram e o ISWAP (Estado Islâmico da Província da África Ocidental) aumentou durante a presidência de Muhammadu Buhari, colocando a Nigéria no epicentro da violência direcionada contra a igreja. O fracasso do governo em proteger os cristãos e punir os perseguidores apenas fortaleceu a influência dos extremistas. 

A ascensão da militância islâmica ocorre em um contexto de alterações climáticas, degradação ambiental e crescimento populacional que empurram os fulanis – criadores de cabras de maioria islâmica – e o seu gado para o Sul. Isso está criando tensões com os agricultores, inclusive cristãos. Entre os fulanis, há extremistas islâmicos que transformaram as disputas em algo violento com motivação étnica e religiosa. 

Os cristãos que vivem nos estados do Norte do país, onde as leis são baseadas na sharia (conjunto de leis islâmicas), são tratados como cidadãos de segunda classe. Os cristãos de origem muçulmana sofrem rejeição das suas próprias famílias e pressão para renunciar a nova fé. 

A violência na Nigéria tem chegado a níveis extremos. O país foi responsável por 82% das execuções de cristãos, chegando ao total de 4.118 cristãos mortos (o total foi de 4.998 cristãos mortos por motivos religiosos); e também lidera o ranking de sequestros de cristãos, com 84,5% dos casos, onde 3.300 cristãos foram sequestrados (o total no mundo foi de 3906 cristãos sequestrados). Mas os números do país não param por aí. A maioria dos casos de violência e abuso sexual ocorreram na Nigéria, onde a estimativa é que ao menos 1.000 cristãs tenham enfrentado esse tipo de violência. 

Como ajudar cristãos na Nigéria

A igreja na África é a igreja que mais cresce em todo o mundo. Mas essa igreja é também uma das que mais enfrenta perseguição. Dentre os 50 países onde cristãos enfrentam mais pressão por causa da fé, mais de 10 nações fazem parte desta região, como a Nigéria. Cristãos precisam de apoio emocional e prático, especialmente viúvas que perderam seu marido por causa da fé em Jesus Cristo. Para isso, a Portas Abertas lançou a campanha Viúvas da Nigéria. Acesse o link para saber mais e como ajudar. 

Fonte: Portas Abertas

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