Muitos estão refugiados e outros vivem clandestinamente em seu próprio país. Abdulla e sua família encontraram maneiras de apoiar outros cristãos, como eles, que estão refugiados em outros países.
Após a tomada do Afeganistão em agosto de 2021, os cristãos afegãos enfrentaram a difícil escolha entre permanecer no país e serem perseguidos pelo Talibã ou fugir para um local desconhecido. O Afeganistão ocupa a 10ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países onde os cristãos enfrentam maior perseguição no mundo.
Cerca de três milhões de pessoas conseguiram se refugiar em países da Ásia Central, incluindo Abdulla, sua esposa Fátima e seus três filhos.
Abdulla obteve a cidadania do país onde reside, mas ainda enfrenta desafios para conseguir a cidadania de Fátima. Ele acredita que Deus o chamou para viver neste território. “Quando deixei meu país e vim para a Ásia Central com minha família, meu plano inicial era ir para um dos países europeus para ter uma vida melhor, mas continuo aqui na Ásia Central. Orei e agora tenho certeza de que Deus nos chamou para servir aqui.”
Chamados para servir
Abdulla lidera um grupo doméstico na igreja local e evangeliza outros refugiados afegãos, enquanto Fátima trabalha como cabeleireira e ensina na Escola Bíblica Dominical. Seus filhos também são ativos na obra de Deus; o mais velho, de 12 anos, compartilha sobre Jesus na escola e lidera duas das reuniões noturnas de oração durante a semana.
Além disso, Abdulla iniciou um ministério de evangelização, organizando conteúdo cristão em sua língua e publicando-o em uma plataforma online. “Recebemos telefonemas com frequência. Há um mês, um homem nos ligou e fez muitas perguntas sobre Jesus. Ele era de uma comunidade muçulmana radical, mas estava muito interessado em aprender sobre Jesus. É muito encorajador poder servir essas pessoas por meio do nosso conteúdo na internet,” testemunha Abdulla.
Mesmo correndo riscos por compartilhar sobre Jesus em um país de maioria islâmica, Abdulla e sua família continuam firmes em sua missão dada por Deus. Abdulla agradece o apoio dos parceiros da Portas Abertas e pede orações por sua família.
Qual é a situação dos cristãos no Afeganistão?
Todos os cristãos afegãos são convertidos do islamismo e nunca puderam praticar sua fé abertamente. “Os cristãos secretos no país são especialmente vulneráveis. Mesmo antes do governo Talibã, já enfrentavam grandes dificuldades para viver sua fé, mantendo-a oculta de amigos e familiares por medo de perseguição e até morte,” explica Samuel (pseudônimo), parceiro local da Portas Abertas na Ásia.
Cerca de três milhões de pessoas deixaram o Afeganistão durante o governo Talibã e se refugiaram em países da Ásia Central. Muitos são cristãos e enfrentam diariamente a luta pela sobrevivência em locais isolados e áridos, sem apoio governamental nas nações onde estão refugiados.
Os cristãos que permaneceram no Afeganistão precisam viver sua fé em segredo, pois o Talibã busca ativamente cristãos e pessoas que tenham colaborado com militares estrangeiros. Quando são encontrados, podem ser mortos instantaneamente, presos, sequestrados ou torturados. Assim, muitos cristãos afegãos vivem escondidos.
Para mais informações, leia o artigo “Qual é a situação dos cristãos no Afeganistão com a ascensão do Talibã?” e baixe o e-book “Afeganistão Ilustrado” para conhecer outros testemunhos de cristãos que ainda permanecem no país.
*Nomes alterados por segurança.
Fonte: Portas Abertas